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GURPS BRASIL

Seu novo ponto de encontro de RPG de uma forma descontraída e divertida.

1 de fevereiro de 2010

DICA DE GM: (Re)Aproveitando Idéias


O que é aproveitar idéias e o que é plágio. Eu consigo tirar inspiração de tudo o que vejo, minha mente é bem criativa. Um filme, quadrinhos, livros, tudo me dá idéias de narrações, mas qual o limite para não copiar tudo o que você vê?

Começo meu post com uma frase da química, mas que pode ser muito bem utilizado por nós rpgistas: 'Nada se cria, nada se perde. Tudo se transforma.' (foi Lavoisier que disse isso seu energúmeno)


Pois então, o que seria (re)aproveitar idéias.

Quando eu vejo algum filme, ou leio algum livre, principalmente medievais, surgem várias idéias na minha cabeça. Estas idéias eu tento trazer para próximas aventuras, para personagens, ou até aqui no Gurps Brasil. Mas não é só ver e pronto, colocar na narração.

Há que se ter cuidado com plágio. É claro que voc~e não irá ser processado ao usar alguma idéia de filme em sua narração (pelo menos ainda não chegamos a esse ponto), mas assim como você pode ter visto/lido a fonte de sua inspiração, é bem provável que seus jogadores também tenham visto. Assim o efeito surpresa acaba na hora. Imagina só a situação, você descrevendo a cena e seu PC solta: 'Ah, agora é só acionar a passagem secreta mexendo naquela estátua'. Isso vai tirar todo o climax da aventura.


Por isso é necessário mudanças. Aproveite apenas algumas idéias. Mude as situações, a posição de cômodos, dos objetos.

Por exemplo, depois de ler as Crônicas Saxônicas de Bernard Cornwell, eu fiquei fascinado pela história de um jovem ser criado pelo povo inimigo do seu, que mataou seu pai e destruiu todas as suas esperanças, no final este garoto acaba sendo bem tratado pelo povo estranho e fica agradecido por tudo.




Então tentei mudar a história e criar um Pc com algo parecido. Ele era um militar, que foi em uma batalha em território inimigo, sua tropa foi rechaçada, porém ele sobreviveu, apesar de muito ferido. Então seus inimigos o levaram e trataram dele, primeiramente como um prisioneiro de guerra, mas depois ele acabou vendo o lado daquele povo, aprendeu sua língua, seus costumes e quando voltou para sua terra natal, via seus inimigos com outros olhos.

Vendo agora essa história se assemelha a várias outras, inclusive o último samurai, mas não é exatamente idêntica à nenhuma. Não é original, mas também não é algo totalmente copiado.


Já tive várias idéias de narrações vendo filmes. Não lembro qual o filme que vi, mas queria fazer uma aventura tipo supernatural (na epóca não havia supernatural), mas com os jogadores totalmente crus para o sobrenatural e aprendendo aos poucos a lidarem com dêmonios e anjos. O macete é não copiar exatamente, senão os jogadores vão saber o que vai acontecer.


Porém, ao mesmo tempo, há desculpas para se aproveitar totalemente uma idéia. Jogando uma campanha de supers no mundo marvel, nós eramos mutantes que iam para o instituto X, imitando às revistas em quadrinhos. Então por um tempo o Aloysio Ventura (que mestrava o jogo) nos proibiu de ler as revistas de X-men para não ver o que estava acontecendo na saga dos alunos do instituto, assim não saberíamos o que estava acontecendo.

Eu acho essa idéia válida. Até hoje jogamos esse mesmo jogo aproveitando as sagas da marvel como Guerra civil e A iniciativa, mas como nossos personagens não existem nos quadrinhos, as coisas acabam ficando diferentes, e ao mesmo tempo temos vontade de jogas estas sagas, mesmo já sabendo o que vai acontecer, imaginando como seu personagem reagiria a determinada situação.




Concluindo. Aproveite idéias, mas não faça cópias descaradas. Inspire-se em tudo o que puder. Leia, veja filmes, seriados e tudo mais. Se você for igual a mim, que tira inspiração de um copo de água, será fácil. Se não, comece com algumas cópias pequenas, leia alguns livres e aplique essa história à seus jogadores, mas não permita que eles leiam o livro até você terminar. Depois eles até vão ficar curiosos em ler ou ver de onde você se inspirou. Com o tempo, voc~e vai sentir mais facilidade em aproveitar idéias e não somente copiá-las.




Aproveitem bem essa dica. Que acabou sendo mais um desabafo, mas tudo bem, desde que tenha malucos lendo o que escrevo tá bom...


Fernando del Angeles

3 comentários:

Anônimo disse...

Existem cópias e cópias.
Uma coisa é vc se inspirar em algo e fazer uma homenagem, ou algo semelhante, mas não uma coisa idêntica. O, como vc disse, plágio deixa a narração sem graça.
Até mesmo narraçõs como a que vc falou de x-men, em que jogavam a mesma história dos quadrinho já é ruim, pelo menos eu não gosto.
Mas cada um tem seu gosto, não é?

Abraço e bom fim de semana para todos.

Carlos Ribeiro

Gunga GM disse...

Muito bom esse post! Só uma historinha que aconteceu comigo: Tive um mestre uma vez que queria fazer a adaptação do jogo Heart Of Darkness (PSX)pra RPG, mas na hora de jogar, ele seguia EXATAMENTE o roteiro do jogo. Resultado: em 2 horas de jogo, a gente "fez final" na aventura dele...

Fernando del Angeles disse...

pois é... esse é o problema Gunga. Rpg foi feito par ser imporvisação, não pode haver roteiro e sim programação. Já tirei idéias de jogos, filmes e livros como cenários, armas e personagens. Mas copiar tudo não dá né...

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