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GURPS BRASIL

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3 de fevereiro de 2010

DIÁRIO DE CAMPANHA: No corredor da morte




Olá amigos... Esta é a quarta parte do diário de campanha. Mas vejo que há poucos comentários. Não se esqueçam de dizer o que estão achando e o que pode melhorar em minha narrativa.

'Foi então que Sísifo tomou a dianteira analisou a estátua e consigo descobrir que os braços da estátua se moviam levemente, produzindo uma série de cliques, semelhantes à uma fechadura. Seria fácil para ele, abrir aquele mecanismo, só precisaria de silêncio e alguns segundos. Foi então que uma sombra cobriu a passagem de luz que vinha da entrada, quando se viraram havia uma silhueta escura, segurando algo nas mãos, aparentemente um machado de duas mãos.


Todos sacaram suas armas como por instinto, exceto Hélios, que, com seus olhos élficos, foi capaz de reconhecer a figura à porta.
- Calma, baixem suas armas. É apenas o coveiro. - o elfo levantou a mão, tentando impedir alguma atitude impulsiva. A figura que estava na porta, deu um passo à frente, e assim todos puderam comprovar que realmente era o coveiro, vestindo um longo manto castanho surrado pela terra e em suas mãos uma gigantesca pá.
- O que fazem aqui? - o coveiro estava assustado, deixava isso transparecer em sua voz. - Está cripta é propriedade particular da família Greenhill. - ele segurava a pá com as duas mãos, apertando-a com força, parecendo prestes a erguê-la e atacar qualquer um que avançasse.
- Calma, nós somos da família Greenhill. - Viggo deu um passo à frente, enquanto guardava seu arco e levantava um saco de moedas. - Entende? - Viggo sacou cinco moedas de cobre do saco e estendeu a mão para o coveiro.
- Devo dizer que o sr. Greenhill sempre foi MUITO generoso. - o coveiro deu uma rápida olhada com desdém nas moedas e olhou novamente para o rosto de Viggo, com um pequeno sorriso surgindo em seu rosto. - Entende?
- Claro que entendo. - Viggo sabia que era melhor pagar o coveiro do que chamar atenção desnecessária, ou até mesmo, ter que derrubar um homem inocente. Então ele colocou novamente a mão no saco, guardou as cinco moedas e, depois de olhar para dentro, puxou duas moedas de prata. - Acho que vinte gondolins é o suficiente pelo seu bom trabalho cuidando da cripta de minha família.
- Ah sim. - rapidamente o coveiro pegou as duas moedas e as colocou dentro de um bolso escondido por seu manto. - Boa noite sr. Greenhill. - apesar de o coveiro já estar se virando, todos se entreolharam. Quando o coveiro guardou as moedas ele levantou ligeiramente o manto, o que revelou, mesmo por instantes, uma armadura de couro e o cabo de uma espada escondidos por debaixo do manto. Era melhor agir rápido.


Quando todos olhavam o coveiro sair e pensavam se iam ou não atrás dele, um grande estalo preencheu o silêncio da cripta. Mais uma vez todos se viraram, desta vez em direção à estátua e viram Sísifo empurrá-la para longe de seu lugar, revelando uma passagem.
- Enquanto vocês ficavam preocupados com o coveiro, eu abri a passagem. - finalmente Sísifo mostrará sua habilidade, algo totalmente necessário naquela noite.
Bruno deu alguns passos em direção a entrada, mas seu corpo foi impedido pela mão de Sísifo.
- Espere um momento. - o ladrão abaixou-se e fez um carinho na cabeça de seu gato. Assim que Sísifo parou com o afago, o animal saiu em direção a passagem escura, de onde voltou após breves segundos. - Podemos descer, não há armadilhas, nem companhia. Por enquanto.
Bruno foi em frente, assim que Sísifo deu passagem, ele foi seguido por Hélios e em seguida Lidia, por fim vinha o ladrão e Viggo. A passagem era um corredor largo o suficiente para que dois homens andassem lado a lado, mas alto suficiente apenas para um homem de estatura normal. Fazendo com que Bruno tivesse que andar com a cabeça abaixada. O caminho acabou quando chegaram a uma porta. Bruno não pensou duas vezes e antes que alguém pudesse falar algo, ele acertou um potente pisão na porta, fazendo que ela se espatifasse no chão.
- Você está louco? Não entende o que é entrar sem ser percebido. - Viggo havia passado do último lugar para o lado de Bruno, tentando encarar o gigante.
- Você não acha que já não tinham percebido nossa presença? - Bruno olhou sério para Viggo, tentando estabelecer seu ponto de vista pela sua força.
- Isso não importa. Temos que agir com alguma cautela e tática. Então é melhor fazer o que digo. - Desta vez Bruno não respondeu, apenas deu de ombros e se virou para a sala que ele tinha encontrado.
A sala era larga, com alguns pequenos bancos de madeira e havia mais uma porta a sua frente. Viggo mandou Sísifo ver se a porta estava trancada antes que Bruno tentasse abri-la da pior forma possível. Mas quando Sísifo se agachou perto da porta, seus olhos se arregalaram.
- Há homens atrás desta porta. Mais de três. - sussurrava ele enquanto levava um dos dedos a boca, sinalizando silêncio. - Fiquem prontos.
Viggo não falou nada, apenas olhou para Bruno e sinalizou ao lado da porta. Fez o mesmo com Helios, sinalizando um lugar ao seu lado, em frente a porta, de onde poderiam acertar quem fosse que estivesse atrás daquela porta, por fim sinalizou para que Lidia fosse para um dos cantos do cômodo e Sísifo ficasse atrás da porta.
Assim que todos tomaram seus lugares a porta se abriu, e antes que Bruno pudesse fazer algo, três flechas passaram zunindo, em direção a Helios e Viggo que se posicionavam para atirar. Uma acertou o braço esquerdo de Helios, atravessando o couro e fincando-se na carne. As outras duas passaram de raspão por Viggo, que fez um leve movimento de corpo para a direita, desviando-se das duas.




Antes de atirar, Viggo olhou pelo corredor mal iluminado que aparecerá atrás da porta e viu um homem de costas correndo, provavelmente o que abriu a porta, porém o corredor era longo, ele não alcançaria uma proteção antes das flechas de Viggo, porém o que mais chamou sua atenção foram os quatro arqueiros que se protegiam no cômodo no fim do corredor, era possível apenas enxergar as mãos e uma parte da cabeça, dos homens que atiravam contra eles.
Ele preparou sua flecha, ignorando, por hora, o homem que corria através do corredor e mirando numa das mãos dos arqueiros, porém sua mira foi atrapalhado pelo gigante que entrou no corredor gritando algo incompreensível.
- Sai da frente Bruno. - gritou Viggo enfurecido. Mas o guerreiro não escutou e partiu corredor adentro com suas duas espadas em punho. Ao alcançar o homem no corredor, sua espada dançou no ar e chocou-se com a perna do fugitivo, o golpe não foi forte o suficiente para arrancar a perna protegida por uma armadura metálica, mas foi o suficiente para derrubá-lo no chão.
Bruno continuou sua investida, atrapalhando a visão de Viggo, e antes que alcançasse os arqueiros foi atingido por duas flechas no peito. Porém as flechas não causaram nenhum efeito, elas ficaram cravados em sua armadura metálica no peito, penetrando levemente na carne, porém não era o suficiente para derrubar aquela máquina de guerra. Mais uma flecha passou zunindo perto de Bruno, sem o atingir, e agora ele chegou até os arqueiros. Suas espadas dançaram mais uma vez, desferindo um golpe contra o peito de um dos arqueiros e o segundo contra a mão de outro. O golpe no peito não causou nada além de um breve grito de ódio e dor, porém o segundo golpe fez o sangue jorrar e uma mão pular para fora de seu lugar.
- Droga. Sísifo, proteja Lidia. Helios dê apoio. - Viggo agora tinha visão para atirar, mas preferiu avançar até seu companheiro, com medo de que ele fosse gravemente ferido, ainda mais quando viu que o guerreiro que corria no corredor estava se levantando.


Mas Bruno estava se saindo bem. O arqueiro ferido no peito, ainda tentava se recuperar do ataque, e o que perdeu a mão continuava berrando de dor. Os outros dois arqueiros temiam por um ataque corpo à corpo, preferindo recuar para usar o arco, do que sacar suas espadas. Foi então que mais uma flecha veio, desta vez cravando-se no braço de Bruno, onde a armadura era mais fraca. O gigante não gritou de dor quando sentiu seu braço direito pendendo inútil e largando a espada, em seu rosto havia uma expressão de fúria. Ele deu um passo em direção ao arqueiro que o acertou e fez sua espada descer em um corte fatal, tudo o que estava no caminho foi cortado, arco, corda, armadura, carne, osso.
Viggo deu os primeiros passos e viu que havia agora apenas dois arqueiros, sendo que um ainda se recuperava do ataque no peito de Bruno e o guerreiro que ele acertou antes de confrontar os arqueiros agora estava de pé. Ele puxou uma flecha e mirou contra o inimigo nas costas de Bruno e mais uma vez ele voltou ao chão, desta vez para sempre. Viggo passou pelo corpo caído no corredor e sentiu uma flecha passando por seu ombro e indo na direção de um do arqueiro que se levantava, mas a flecha errou seu alvo e acertou Bruno nas costas. O gigante deu apenas um gemido, enquanto o elfo gritava palavrões em meio a desculpas. Viggo disparou mais uma flecha, esta na joelho do arqueiro que se recuperava e ela acertou seu alvo em cheio, fazendo sair do chão e cair de costas. Bruno ergueu seu único braço bom contra o último arqueiro e acertou um golpe mortal que penetrou a armadura e o tronco.
Pronto, o combate tinha terminado. Apenas Bruno estava ferido, seu braço estava inútil e ele colocou a mão no ferimento e soltou um pequeno gemido de dor. Hélios, Sísifo e Lidia se aproximaram para ver o resultado do combate. Lidia não pensou duas vezes e se aproximou correndo de Bruno.
- Por Dana. Foi bem sério este ferimento no braço. - Lidia segurava seu cajado com força usando a mão esquerda enquanto colocava a mão direita sobre o ferimento no braço. - Acho que consigo fazer algo. Arranque a flecha.
- Isto não é nada. - Bruno sorria, apesar da dormência em seu braço. Sentiu uma pequena pontada de dor quando arrancou a flecha. - Tinha que ver quando enfrentei dois dragões. Ainda não contei esta história, não é. Bem, era uma tarde ensolarada em Jallar, estávamos voltando de uma vitoriosa expedição, quando dois dragões chegaram sem avisar e começaram a nos atacar... - enquanto Bruno falava, Lidia entoava num sussurro, as palavras mágicas para ativar sua magia. Uma luz branca envolveu o ferimento de Bruno e a ferida cicatrizava rapidamente. - ... então, eu peguei o primeiro dragão pelo pescoço e...
- Pronto, já dei um jeito em seu braço. Já pode move-lo de novo. - Lidia retirava a mão do braço de Bruno e este pode sentir como a magia de Lidia surtiu efeito, fazendo seu braço incapacitado se mover de novo.


Enquanto Bruno era curado, Viggo e Sísifo olhavam pelo cômodo. Ele estava vazio, apenas com duas portas de cada lado. Ao se aproximarem das portas Viggo e Sísifo viam seus temores se tornarem realidade. Havia pessoas atrás das portas, e pelo ruído que eles escutavam ao se aproximar delas, parecia que estavam fazendo barricadas, fazendo com que não conseguissem abrir as portas. Foi então que outro barulho, crescente, fez Viggo ficar em alerta. Passos, vindos do mesmo lugar pelo qual haviam entrado. Muitos passos, Viggo não conseguia contar, mas eram mais de dez.
- Rápido, Bruno se posicione ao lado da entrada, não se permita ser visto. Hélios fique fora do ângulo de visão de quem entre no corredor, mas fique de olho na entrada deste cômodo, se alguém entrar, atire. Sísifo, mais uma vez proteja Lidia, mas se ver que a coisa esta ficando difícil, saque seu sabre e nos ajude. Lidia, vejo que é uma maga, me diga, pode fazer algo para nos ajudar em combate. - Viggo apontava enquanto dava as instruções a seus companheiros e tomou um lugar ao lado de Helios, no lado oposto da entrada deste cômodo, de forma que não seja visto por quem entrasse no corredor.
- Acho que posso fazer algo, tenho magias ofensivas.
- Ótimo. Quando eu der o sinal, use sua magia, na entrada do corredor. Parece ser um grupo grande, vamos tentar desorganizá-los. - os passos iam ficando mais altos, dava para ouvir metal ressoando contra o chão e uma voz, organizando seus homens. Até que chegou um momento, onde os passos cessaram e por um minuto, todos ficaram em silêncio.


- Sabemos que invadiram esta cripta. Espero que tenham sido sensatos e não tenham feito mal à meus guardas. - uma voz alta fez o grupo se entreolhar. - Saiam sem armas em punho e nada será feito contra vocês.
Viggo ergueu um dedo aos lábios, pedindo silêncio, mas Bruno agiu mais rápido do que Viggo pode prever. Ele saltou de seu esconderijo para a entrada do corredor e viu uma fileira de homens par a par, entrando pelo corredor. As duas primeiras fileiras eram de homens bem armaduras portando escudos e lanças, mais atrás podia se ver cerca de três ou quatro linhas de arqueiros, porém haviam mais homens atrás destes.
- Você quer que eu me renda? Eu sou Bruno, a ruína dos dragões. - Bruno gritava e brandia suas duas espadas e não percebeu quando uma saraivada de flechas voou em sua direção.
As que acertaram o alvo atingiram somente o peito, onde Bruno possuía uma placa de peito, suficientemente forte para deter a maior parte do impacto. Bruno não pensou duas vezes, ignorando os gritos de Viggo, mandando o guerreiro voltar. Bruno entrou pelo corredor, mais duas flechas passaram por sua cabeça, e Bruno chegou até o primeiro homem à direita. Com o escudo na mão e a lança na outra. O gigante se abaixou levemente, o suficiente para que sua espada atingisse a perna do homem fazendo-o cair para trás. Mas Bruno não permitiu que ele caísse, rapidamente colocou uma das espadas na bainha e segurou a borda do escudo, e começou a puxar escudo e guerreiro para trás.
Várias flechas tentavam acertar Bruno, mas ele se defendia colocando o escudo e o homem que o segurava na frente, apenas duas ou três flechas acertaram o alvo, mas sem nenhum dano aparente. Viggo e Helios tentavam ajudar Bruno, mirando em algumas das mãos que atiravam flechas, alguns ficaram com as mãos feridas, não podendo mais utilizar os arcos, mas ainda eram muitos.
Mais uma vez, a pequena tropa começou a se mover. Bruno jogou o homem que segurava o escudo, agora morto por flechas amigas, em um dos cantos, e se posicionou no local onde Viggo mandou. Helios abandonou o arco, sacou sua espada e se colocou do outro lado da entrada do corredor. Quando os primeiros homens apareceram, Helios e Bruno tentaram acertá-los com suas espadas, porém acertaram apenas escudos. Viggo atirou uma flecha contra os atacantes, mas sem sucesso. Lidia movia seus braços, em uma dança hipnótica e recitava palavras desconhecidas para qualquer um deles e de repente, uma bola flamejante surgiu a frente dela para logo depois ir na direção do grupo que tentava os tirar daquela cripta.
A bola de fogo bateu com violência nos primeiros homens, porém uma onde de fogo se alastrou, acertando as três primeiras fileiras. Esse golpe não foi suficientemente forte para derrubar algum inimigo, mas foi o suficiente para que sua formação fosse facilmente rompida por Bruno e Helios. Helios acertou um dos lanceiros na perna, fazendo o ajoelhar à sua frente. Bruno acertou um escudo e com a outra arma conseguiu ferir mais um no peito. Viggo disparou contra os arqueiros, torcendo para que conseguisse tirar mais um do combate.
Em meio a gritos de fúria e uivos de dor. A voz, ainda escondida sobre os homens que se apinhavam na entrada, tentava reorganizar seu grupo. Helios e Bruno tentavam derrubar cada um que apareciam na entrada, mas logo se viram forçados a recuar. Lidia, mais uma vez recitava suas palavras estranhas e Sísifo se viu obrigado a sacar seu sabre e ajudar seus companheiros.
Todos os inimigos finalmente saíram do corredor, mesmo com os homens feridos logo no inicio de combate, eles totalizavam quase quinze homens prontos para o combate contra apenas cinco.'




Continua...


Primeiro combate propriamente dito, espero que dê para entender. Afinal é mais dificil do que pensei descrever um combate, não dáo para usar o sistema de turno do rpg, mas acho que até estou me saindo bem. Vamos ver no próximo episódio.



Fernando del Angeles

2 comentários:

Fernando del Angeles disse...

Sem comentários... será que alguém está lendo...
Mas fazer o que.... mesmo assim vou continuar escrevendo... ou não.

Unknown disse...

Realmente você esta conseguindo descrever a história muito beim...
e a naração esta otima o nosso amigo Alysio Ventura esta realmente fazendo uma otima cantapanha...

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