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GURPS BRASIL

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8 de outubro de 2009

DICA DE GM: Piratas reais em sua narração


Este é um post da INICIATIVA GURPS! Estes posts são sempre conjuntos, temáticos e periódicos. Assim, de 15 em 15 dias, você pode conferir a visão de vários autores sobre um mesmo assunto O tema desta edição da INICIATIVA GURPS é PIRATAS!

Este é o primeiro post da INICIATIVA GURPS do nosso blog. Espero que gostem.

Todos conhecemos os piratas de filmes e de histórias. Mas como se comportaria um pirata na vida real? E como trazer suas aventuras pelos sete mares para sua mesa de jogo? Hoje responderemos algumas destas dúvidas.


Bêbado, o velho capitão acordou de repente. Os pelos compridos da barba se agarravam às três argolas de ouro que lhe ornamentavam a orelha. Exalava um cheiro horrível, resultado do esvaziamento de algumas garrafas de rum na noite anterior. Passou pelo convés e viu o prisioneiro esticado no mastro. Quase morto. Havia uma faca pregada à perna do homem e o capitão se irritou. "Quem foi o imbecil que abandonou sua arma?", gritou. Ninguém respondeu. o capitão foi até o coitado e retirou-lhe a faca. Viu, pela cor das fitas amarradas ao cabo, que ela pertencia ao rapaz novato. "Idiota!", gritou novamente. E, chamando o mestre quarteleiro, avisou: "Vamos parar na próxima ilha. Prepare uma pistola com uma só bala". (Bárbara Soalheiro, 'O terror nos mares')




Os indícios de pirataria são datados desde que as primeiras embarcações atravessaram os mares para levar mercadorias de um ponto a outro. Eles vagavam em alto mar, pelas rotas comerciais mais utilizadas, em busca de riquezas, especiarias e pessoas importantes que pudessem render um bom resgate. Quanto mais importante o refém, mais alto seria o pagamento.

Poucas vezes atacavam portos ou cidades. Poucas vezes, já que poderia valer a pena um ataque ousado como este. Era raro também o ataque a navios de guerras, preferindo navios levemente armados.


Sua forma de abordagem é clássica. Alguns tiros de canhão para impedir o avanço de seu alvo. Mas evitando danificar muito o navio, já que ele poderia ser usado pelos próprios piratas, caso valesse a pena. Após isso, aproximavam suas embarcações e pulavam para dentro do navio-alvo, para confronto corpo-à-corpo, matando qualquer um que se opusesse a suas vontades. Depois de saquear tudo de valor ou que possuísse alguma utilidade, os piratas partiam. Tão rápidos como haviam chegado.

Devido a sua forma de abordagem, eles preferiam as embarcações mais leves e velozes, porém pouco resistentes. Por isso evitam abordar alguma embarcação bem armada. E quando isso acontecia, eles não se importavam em dar meia volta e procurar uma embarcação menos guarnecida.



A vida de pirataria não era uma vida fácil. Imagine ficar em uma embarcação com pouco espaço, escassez de comida e água, o convívio com o fedor e ratos era normal, sem ver terra ou mulheres por semanas, talvez meses. Não era de se esperar que a maioria tinha comportamentos altamente agressivos.

Muitos eram fugitivos da lei, párias ou escravos. E para evitar confrontos entre seus próprios homens, o capitão tinha que manter a ordem, do jeito que podia.


AS LEIS DO NAVIO

Um navio pirata normalmente era muito democrático, a voz da maioria representava a razão. Imagine como seria viver em uma embarcação onde a maioria estava descontente. Então o capitão deveria ser um mediador das vontades de seus marinhos e deveria ter o respeito de todos, para evitar um motim.

O capitão normalmente era eleito, por suas próprias capacidades. Sejam elas de liderança, de luta, de lábia, ou simplesmente pelo temor que causava. Ele poderia ser removido a qualquer momento, seja por vontade de sua tripulação (jeito fácil e sem dor) ou sendo desafiado por alguém que quer seu posto (nessa hora era bom ter o apoio da tripulação, para que tomem seu partido). Neste último caso, o perdedor sofria a punição. Ser jogado ao mar ou deixado em uma ilha deserta. Ocasionalmente com uma arma com uma só bala, para que você se mate sem sofrer muito.




A desobediência da conduta pirata era punida severamente, com amputações, ser jogado ao mar ou deixado para trás em uma ilha deserta, às vezes com uma arma. Ou não, quando era desejo que o castigado sofresse mais. Algumas vezes deixavam o coitado na ilha por alguns dias e iam busca-lo. Se estivesse morto, seria menos uma parte para dividir dos saques.


CÓDIGO DE HONRA PIRATA

No módulo básico de GURPS, diz que o código de honra pirata é o seguinte:

"Sempre se vingar de um insulto, independente do perigo que isso possa acarretar; o inimigo de um companheiro é seu inimigo; nunca atacar um companheiro de tripulação ou amigo, a não ser em um duelo justo..."

Porém posso dizer que era mais do que isso.

É verdade que insultos eram resolvidos na lâmina da faca e que eles respeitavam o companheirismo, como é que iam confiar uns nos outros se não fosse assim e por isso traidores eram mortos ou deixados para morrerem sozinhos. Mas além disso, um pirata deveria manter sua arma limpa e em bom estado de conservação, além de bem guardadas. Tentativas de traição, motim ou guardar segredos do restante da tripulação eram motivos para as mesmas punições já descritas. Era motivo de punição também, acender cachimbo e lanterna se proteção, neste caso a punição era menos severa (40 chibatadas). Além disso, o homem que fica para trás, é deixado para trás.


Como queria uma pirata dessas!

O QUE É INVENÇÃO NAS HISTÓRIAS DE PIRATAS

Andar na prancha é algo comum de se ver em histórias de piratas. Mas não é verdade, as pranchas eram usadas apenas para jogar um grande número de piratas no mar. Quando queriam punir algum homem jogando-o ao mar, eles simplesmente o jogavam por cima da mureta mesmo e com alguma coisa pesada amarrada a seu corpo.


Pernas de pau eram comuns entre piratas, já era difícil ter alguém com habilidades médicas. Por isso, amputações eram comuns. Por sempre haver um carpinteiro no navio, as pernas perdidas eram substituídas por peças de madeira. Porém olhos de vidro e ganchos no lugar de mãos, não se tem noticias. O tapa olho também era comum.


As lendas de tesouro de piratas escondidos são todas mentiras (ou quase todas). Os piratas gastavam tudo no primeiro porto que parassem e bebidas, mulheres e reparos em seu navio.


Papagaios. Pura lenda, que surgiu na obra Ilha do Tesouro. Um animal de estimação não duraria duas semanas num navio cheio de gente faminta.


PUNIÇÕES

Piratas quando capturados, principalmente os capitães e os mais notórios, tinham que servir como exemplo. Por isso eram enforcados e pendurados em lugares visiveis. O restante da tripulação era enforcada e enterrada na praia abaixo do nível da maré alta, até que três marés tenham passado sobre eles. Só depois eram enterrados em um cemitério.


CORSÁRIOS

Os corsários eram piratas a serviço de sua nação. Essa prática surgiu durante a exploração das americas, onde navios corsários da Inglaterra atacavam os galeões espanhois repletos de ouro. Com o tempo os galeões espanhóis passaram a navegar escoltados de poderosas naus de guerra.

Até hoje dizem haver uma enorme quantidade de ouro no fundo do mar, de navios que afundavam nos embates com os corsários.

Para receber autorização de corso da coroa, os piratas deveriam dar tudo o saque para seu país ficando com 1/5 do saque.



Acho que me estendi demais. Espero que não tenha sido entediante e que ajude vocês quando utilizar os piratas em suas campanhas. Principalemente as medievais. Em mundo de fantasia medieval os piratas se encaixam perfeitamente, já que por anos, todos os navegadores, não só os piratas, temeram os terríveis monstros marinhos. Então não tenha medo de usar sereias, krakens, aquáticos, ou qualquer outra criatura que você não pode usar em terra firme.

Até a próxima amigos e lembrem-se de comentar e dar apoio a INICIATIVA GURPS.


Fernando del Angeles

6 comentários:

Anônimo disse...

Ótimo tópico! Qualidade GURPS!

Douglas "The Dungeon Master" Knupp disse...

Muito bom mesmo.

Alexandre disse...

Realmente. Sem regra alguma e ainda totalmente GURPS.
Muito bom.

Anônimo disse...

faltou um detalhe, o tapa-olho serve para não acostumar um dos olhos com a luz, de modo que nos convéz onde poderia haver duelo, um dos olhso estivesse acostumado ao escuro, e então o outro olho era ptapado, e isso pode ser um perk de quase todo pirata

Anônimo disse...

faltou dier o por ke eles atacam os navíos

Anônimo disse...

falto a lenda de edward teach e a do davy jones

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