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GURPS BRASIL

Seu novo ponto de encontro de RPG de uma forma descontraída e divertida.

1 de outubro de 2009

MENORES NO RPG


Estava eu navegando pelas páginas de rpg, quando vi uma interessantissíma matéria sobre menores de idade no rpg no site RPGvirtual (clique ai para ler!) do Alexandre Fnord (será que ele joga Gurps?). O ponto de vista dele e seus comentários são bem legais, mas acho que faltou algo. Após seu consentimento, decidi fazer um complemento e mostrar outros pontos de vista.

Bem imagine a situação, você, já de maior, seus vinte e poucos anos, trabalhando, estudando (ou seja lá o que você faça) e jogando RPG (não pode faltar né?), mas com um garoto bem mais novo no seu grupo, digamos, na faixa de 13 a 16. Bem, todos nós sabemos que este é um período complicado para os adolescentes, mas será que o RPG pode afetar o crescimento desta criança.

Alguns dizem que sim, outros preferem não arriscar, mas minha experiência pessoal no assunto me diz que sim, menores de idade podem jogar muito bem.

Eu mesmo comecei a jogar com uns 15 anos, o grupo todo tinha essa idade, e nunca nenhum de nós teve tendências violentas. Minha irmã começou a jogar conosco quando tinhas uns 13 anos, nós já tínhamos 20 e ela sempre se mostrou equilibrada e capaz de distinguir fantasia da realidade (talvez até melhor do que este editor que vos fala).



Esse é meu filho! Não é lindo? E já esta treinando para jogar RPG!

Porém sabemos que a realidade nem sempre é essa. em alguns casos (raros, eu acho), a fantasia pode afetar a vida destas crianças. O Alexandre Fnord em seu post no RPGvirtual disse que viu um caso onde alguém narrava naruto 3D&T e que os garotos começaram a ficar violentos.


Não sou especialista no assunto, mas lido constantemente com crianças, e acredito que isso depende muito da natureza de cada criança.

Nós sabemos muito bem os benefícios do rpg; melhora a capacidade de raciocínio, sua interação social, muitas vezes melhora seus cálculos lógicos (quem joga Gurps sabe muito bem dividir qualquer número por 4, depois de tanto calcular a velocidade).

Mas, seguindo o mesmo ponto de vista por minhas experiências próprias, crianças que já apresentam atitudes violentas, podem ter seu comportamento piorado devido a alguns temas de alguns jogos.

Eu mesmo tenho um afilhado que já tem uma tendência um tanto violenta. Ele deve ter uns 10 anos e, há algum tempo atrás, fazia judô. Ele chegou para mim e falou: "padrinho, deixa eu te mostrar um golpe novo. Coloca a mão no meu ombro." Tudo bem pensei eu, ele segurou minha mão e tentou me derrubar, eu ajudei no movimento, já que ele não conseguiria me derrubar assim. Mas quando cai no chão, o muleque me deu um chute na costela que me deixou sem ar por um bom tempo. Tenho certeza que não ensinaram isso no judô, mas acredito que sua tendência já fez ele pensar 'Se tá no chão, bica!'.

Recentemente este meu afilhado me pediu par ensina-lo a jogar RPG, e apesar de ele ter uma boa imaginação e ser mais esperto do que os garotos de sua idade, me contive ao ensina-lo agora. Prefiro ver como será seu crescimento e que tipo de adolescente ele se tornará.


Já vimos casos em que políticos e psicólogos culpam o RPG, video-game, sexo, internet, televisão, teletubies e muito mais coisas pelo aumento crescente de adolescentes infratores e violentos. Procurando pela net encontrei uma ação judicial de Minas Gerais, após o caso de assassinato em Ouro Preto, em que tentam proibir o jogo no Estado, usando como motivo, próprios trechos dos manuais de Vampiro a Mascara, Iluminatti e A Divina Comédia. Em Vila Velha-ES, livros e jogos de RPG tiveram sua venda e distribuição proibidas. Em nenhum dos casos que já ocorreram no Brasil, o Rpg foi considerado culpado, mas a midia não mostra isso.

Eu ri muito quando, no Jornal Nacional da Globo, mostrou os livros satânicos que os jogadores usavam, e entre vários livros estava Toon.




Mas voltado ao assunto. Tudo vai da personalidade e da natureza das pessoas, sejam crianças ou adultos. É claro que crianças são muito mais facilmente sugestionáveis. Mas ai está a manha da parada, o mestre, os outros jogadores e principalmente pais e mães, devem verificar o comportamento das crianças ou até mesmo adultos, não só ao jogar Rpg, mas em qualquer atividade que realizem. Se essa pessoa demonstrar tendências violentas, tente conversar com ela e, se necessário, afaste-a do Rpg, ou jogos violentos.

Um pouco de bom senso também é necessário. Você não vai narrar uma campanha de Vampiro para um muleque de 14 anos. Tente evitar narrações pesadas e violentas para crianças e adolescentes.




Bem, espero ter sido claro, e que esta matéria tenha ajudado alguns mestres e jogadores.


P.S. Poxa, a música emo estimula o suicídio de seus ouvintes e mesmo assim o ministério público não proíbe estas bandas.



Fernando del Angeles

11 comentários:

Andre Oliveira disse...

Dei uma olhada no artigo e me pareceu realmente ser uma temática interessante e válida. Seria muito pertinente, se nos, enquanto mestres, descemos mais atenção aos nossos jogadores "menores" e realmente propuséssemos temas que trabalhassem mais os aspectos positivos tanto do cenário quanto do jogador. E mais do que isso, em uma sociedade onde o pensamento crítico cada vez mais é colocado em cheque, por que não fazer o papel do "Geninho" [http://i181.photobucket.com/albums/x270/diadefolga/geninho.jpg] da She-ra e argumentar com nossos jogadores sobre as "moral da história". Porque não ser um jogador de RPG com consciência pedagógica?

ps: Coloquei link, pq os jogadores menores não devem conhecer o desenho hehe

Aloysio Ventura disse...

realmente andre, conconrdo contigo!! aspectos positivos como moral e ética são importantes! uma boa idéia é o jogador ser recompensado decorrer da história se praticar boas acções sem violencia ou der atenção a inocentes e nps da história ou mesmo ser mal visto se não tiver limites e causar dano imprudentimente e for negligente com seus companheiros... dessa forma o adolescente ou a criança pode aprender com seus erros ou acertos na mesa e levar para a vida real... num sei se dá rpa entender o que eu quero dizer. mas por exemplo: se o cara jogar um jogo sobre mafia e matar todo mundo sem receber nenhuma represaria, prisão, castigo ou coisa do tipo e terminar vivo (bem como o enrredo de varios joguinhos de video game) ele pode, SE TIVER UMA PREDISPOSIÇÃO OU UMA PERSONALIDADE FRACA, se influenciar com isso. Mas se ele no jogo receber uma reação negativa das atrocidades que ele fizer ( como ser preso, ser morto por policiais, ser mal visto pelos amigos, virar um fugitivo sem poder parar em lugar nenhum) ele vai perceber que as ações levam a reações e vai pensar duas vezes antes de fazer, e possivelmente, mesmo se tiver uma predisposição, não vai levar essas idéias para a vida real.

Andre Oliveira disse...

Entendo sim, perfeitamente.
E digo mais, eu gosto de animes e esses desenhos mais recentes, mas podemos contar nos dedos os que realmente apresentam bons exemplos ou são politicamente corretos de uma forma tão explicita quanto os desenhos da década de 80. As crianças de hoje não encontram parâmetro moral algum onde possam fundar um caráter “bom” ao contrario, são bombardeadas com violência e sexualidade por todos os lados.
Penso que seria papel dos pais sentar com os filhos e tentar resgatar os conceitos dignos que por vezes ficam ocultos por detrás de toda violência, por exemplo, dos desenhos japoneses e usá-los como exemplo para influenciar de forma positiva seus filhos, irmãos, sobrinhos. A citar, o Naruto mesmo, embora tenha um plot básico de violência, podemos ver em muitas situações bons exemplos de amizade, companheirismo, honra.. os bons valores que a moral Aristotélica apontava como sendo a correta.
Uma vez que esses pais quase nunca podem fazer esse papel, não vejo problemas algum em ao menos no RPG, os Mestres mostrarem a esses jovens de ”índole mal formada” que o crime não compensa. Acredito que isso seria uma boa forma de usar o RPG de forma social, ajudando na formação dessa personalidade.

Fernando del Angeles disse...

cara eu não sou tão velho assim, mas na minha epoca os adolescentes eram diferentes, acredito que havia mais respeito com adultos, pais e professores (ou eu era muito bobo mesmo). Hoje sou professor e vejo que não há mais respeito. Se antes havia 20% de alunos problemáticos, Hoje há 80% de alunos provlemáticos dentro de uma sala de aula.

Culpa da televisão, jogos de violência, talvez sim. Mas aredito que a culpa seja principalmente dos pais que dão muito mais liberdade do que antigamente.Crianças estão em fase de desenvolvimento de carater e personalidade, então é necessário sim um acompanhamente integral de pais e amigos.
Se na sua mesa há menores de idade, tente não apresentar o mal como algo bom. Bem desculpem se fui repetitivo

Unknown disse...

bom dependendo da narração feita para um "menor" pode sim causar uma disturbio porque você não vai fazer uma narração de vanpiro ou uma narraçãos super violenta para uma criança...
Mais com experiencia propria eu comecei a jogar RPG com 12 anos e nem por isso me tornei uma marginal mais tambem comecei comm uma narração de medieval... Mais o RPG tbm me ajudou um poco nas materias da escola como português, matematica e historia (Principalmente historia)

Douglas "The Dungeon Master" Knupp disse...

Não vejo ligação lógica entre o RPG e qualquer tipologia de delinqüência.

Afinal, se o indivíduo possuir qualquer desvio de personalidade, não importa as coisas que tem à sua volta, ele continuará a ter um comportamento desviante, apenas baseando as suas ações nas suas próprias experiências (RPG, MÚSICA, ESPORTES, ETC...)

É claro que para pessoas normais, ocorra essa influência com as coisas que o cerquem (P.EX:jogadores falam e agem como jogadores e músicos falam e agem como músicos), porém observo que os mestres de RPG se esquecem o que na verdade é um jogo de INTERPRETAÇÃO, e a partir daí temos um problema...

Alexandre Fnord disse...

Olá gente. Só agora pude dar uma passadinha pra comentar.

Concordo com o artigo por completo. Muito bom, o complemento ficou melhor até que o meu gancho. Parabéns.

Agora comentando os comentários:

@André. É exatamente esse meu pensamento. Enquanto mestres, não custa nada usar temas mais "leves" para mestrar para "menores". E por "menores" entendam quem tem a cabeça e a mente de uma criança. Conheço adultos que são muito mais ireesponsáveis que muito adolescente por ai.

@Jessikita. Eu comecei a jogar com 20 anos e não passei por essa "fase perigosa" de jogar RPG na adolescência, mas eu concordo com os que já comentaram que o RPG não gera um indivíduo violento. O que gera esse tipo de personalidade é o conjunto dos fatores. Agora, eu evito sempre mestrar qualquer coisa relacionada à violência para jogadores que tenham a mentalidade um pouco suscetível à opinião alheia e fatores externos.
Como dizem, prevenir é sempre melhor, né...

@Douglas. Realmente não há uma ligação lógica do RPG com atos delinquentes, mas o RPG pode ser um fator muito importante e influente se você usar uma temática violenta com alguém que já tenha essa tendência. Por exemplo, digamos que um jovem mestre de RPG se voluntaria a mestrar RPG para menores infratores na CASA [antiga FEBEM]. Você deve concordar que, se o mestre usar um RPG como Toon ou Paranóia [relacionados a desenhos animados]; ou Descobrimento do Brasil [ou algum tema relacionado à História. Haha, que não seja nenhuma das Guerras mundiais. haha]. Acho que vai ser mais proveitoso para os menores infratores do que se o mestre optar por narrar D&D ou Vampiro [qualquer versão].
Claro, narrar violência nesses jogos depende do narrador, mas existem temas que, mesmo que o mestre tente alterar a temática, o aspecto violento se sobrepõe.

No mais é isso, quase um post novo. haha
Obrigado pelos links e pela citação.
Sim, eu adoro Gurps... rsrs

Alexandre Fnord disse...

Só um adendo.

Tenho uma filha de quatro anos e já estou pensando em o que vou mestrar para ela. Interesse ela já demonstrou [sem a minha influência].

Provavelmente eu vá mestrar para ela RPG Quest, mas vou usar o tema da terra das fadas. Coisas simples, sem muitos perigos e com imagens bem coloridas.

Douglas "The Dungeon Master" Knupp disse...

Camarada FNORD, talvez eu não tenha sido explicitamente transparente em minha explanação, mas o que quis dizer é que, conforme os estudos neurocientíficos baseados em psicopatias (tenho muito interesse nesse ssunto, talvez por causa da minha profissão), não irá importar se vc estiver mestrando TOON ou GURPS WORLD WAR, se o indivíduo tiver inclinação à delinquência, qualquer experiência que ele venha a ter o levará para o mesmo caminho de destruição.

Infelizmente, por culpa da mídia, esse assunto é erroneamente interpretado por nós como uma escolha do indivíduo quando na verdade não é.

Daí o motivo de que encarcerar um ser como esses não vai transformá-lo em um cidadão melhor, muito menos tentar afastá-lo de qualquer violência, porque isso não parte do pensamento objetivo dele.

Alexandre Fnord disse...

Douglas, eu concordo com quase tudo que falou, mas eu diria que existem psicologos que trabalham justamente na área de tentar recuperar psico e sociopatas.
Creio que nem todos os deliquentes permaneçam deliquentes, se feito um trabalho de recuperação. E concordo sim que não é a privação de liberdade que resulta em alguma melhora, mas sim o trabalho socio-psicologico.

No mais, concordo com suas palavras. Creio que deva ser um bom profissional na sua área.

Anônimo disse...

existe o livre arbítrio, eu ouvi falar que psicopatia não tem cura, nem sociopatia, acho que só este último não teria cura,o problema é ke diante da opnião púbilica, ten ke ter um culpado, e eu creio que embora o individuo possa ser doente, os atos delesdependem(pelo menos um pouco) MAIS DELE do que do jogo, portanto temos de escolher ao dialogar, quem é o culpado? o rpg ou o indivíduo?

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